quarta-feira, 12 de abril de 2006

Tempo e explicações

Muitas pessoas me perguntam como é que eu arranjo tempo para fazer tanta coisa.
Se pensarmos que tenho um trabalho onde a hora de saida é imprevisivel (sempre depois das 18,00 horas); um trabalho que me dá muito "trabalho": uma ida até casa de Metro (graças a Deus que existe); uma filha de oito anos que requere toda a minha atenção (banho, trabalhos de casa, brincadeira e outras tantas tarefas); uma casa que tento cuidar sem ajuda de ninguém, nem mesmo do marido (que apesar de ser o amor da minha vida, é um ser muitas vezes ausente, distraido e sem vocação para lides domésticas); ir com a B. à catequese e missa; e tantas coisas que faço impossiveis de contabilizar, como é que ainda me sobra tempo e coragem para me sentar e construir coisas que os outros admiram e compram?
Porque faz parte da minha vida, da minha sanidade mental, do espaço que criei só para mim (quase sempre dividido com a B. que já começa a fazer imensas coisas). Às vezes são só cinco minutos, entre acabar o jantar e o jantar. Outras vezes depois de deitar a B., à espera que o sono chegue. Tantas vezes sem sequer tocar em nada. Por isso nunca me comprometo com prazos quando alguém me pede algo fora daquilo que tenho, ou mesmo um pedido igual.
Dá-me imenso prazer criar, mecher nas linhas, nos feltros, nos botões - pareço uma criança com brinquedos novos. Adoro escolher as missangas, os modelos, recortar os desenhos.
Devo agradecer também aos incógnitos que publicam as suas coisas nos blogs, pois daí tiro ideias. Só ideias porque tenho sempre um toque pessoal.
A maior parte dos trabalhos são mesmo inventados por mim, como as linhas que escrevo nas páginas em branco - outra das minhas grandes paixões.
É claro que tenho tempo. A vida é tão curta. É tudo tão rápido e fugaz que o tempo tem que ser rentabilizado e aproveitado em coisas positivas, brilhantes e cheias de sol.

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